Coordenador de Aécio, Agripino Maia é acusado de receber propina

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O senador Agripino Maia (DEM-RN), coordenador da campanha do candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, foi acusado por um empresário do Rio Grande do Norte de receber propina de R$ 1 milhão. O valor teria sido cobrado para aprovação de uma lei que tornaria obrigatório a inspeção veicular no estado.
A informação foi revelada em delação premiada do empresário George Olímpio, do Rio Grande do Norte (RN), ao Ministério Público e veiculada no programa Fantástico, da TV Globo, na noite do último domingo (22).
De acordo com George Olímpio, políticos do estado norte-rio-grandense receberam propina entre 2008 e 2011 para aprovar leis de seu interesse. À época, ele conta que criou o instituto Inspar, dedicado a prestar serviços de cartório ao Departamento de Trânsito do estado (Detran-RN). Esse instituto, segundo o delator, cobrava uma taxa de cada contrato de carro financiado na região, na qual era embutida o valor da propina.
Segundo Olímpio, o pedido de mais de R$ 1 milhão em propina foi feito pelo senador em 2010. Na ocasião, o senador democrata disse ao empresário que tinha informações de que ele havia dado R$ 5 milhões para a campanha do então governador do estado, Iberê Ferreira, e exigiu o mesmo valor.
Ainda de acordo com George Olímpio, no entanto, o pagamento feito para o então governador do estado custou R$ 1 milhão. Assim, Agripino aceitou receber o mesmo valor, que seria pago em três parcelas, de R$ 200 mil, R$ 100 mil e R$ 700 mil.

“Ele disse: Pronto. E ai vai faltar R$ 700 mil para você dar a mesma coisa que deu para a campanha de Iberê”, conta o empresário.
“Para mim, aquilo foi um aviso bastante claro de que ou você participa ou você perde a inspeção. Uma forma muito sutil, mas uma forma de chantagem. R$ 1,150 milhão foram dados em troca de manter a inspeção”, explicou.
Em seu depoimento ao MP, Olímpio afirma que o esquema de registro de veículos foi negociado na casa da então governadora do estado Wilma Faria (PSB), atual vice-prefeita de Natal. O convite para a reunião foi realizado, segundo o empresário, por Lauro Maria, filho de Wilma.
Em 2010, Wilma deixou o cargo para concorrer ao Senado Federal e quem assumiu o posto foi o seu vice, Iberê Ferreira (PSB), falecido em setembro 2014. De acordo com a promotoria, o então governador peessebista também recebeu propina pelo esquema.
Por telefone, o Fantástico falou com o senador José Agripino Maia, que estava em Miami. Na ligação, Agripino afirmou que conheceu George Olímpio e que o empresário “teria ido” a sua casa, em Brasília, “uma vez”. Agripino disse ainda ao Fantástico que o Olímpio esteve também em seu apartamento no Rio Grande do Norte, mas negou ter recebido R$ 1 milhão do empresário.
História antiga – O encontro entre o senador do DEM e o empresário já havia sido relatado em 2012 pelo lobista Alcides Fernandes Barbosa, que estava preso e foi ouvido pelo Ministério Público. À época, seu depoimento ao MP foi revelado com exclusividade pela revista “Carta Capital”.
Na delação, Barbosa afirmou que foi convidado pelo fundador do PSDB, João Faustino Neto, hoje falecido, a participar de um coquetel na casa do senador Agripino Maia. O convite teria sido realizado, segundo o lobista, em virtude da ausência inesperada do Aloysio Nunes (PSDB-SP) e de outra pessoa de nome “Clóvis’.
De acordo com o MP, o outro convidado provavelmente seria o ex-ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Clóvis Carvalho. Na residência de Agripino Maia, Barbosa afirma que foi levado ao “sótão” onde viu Olímpio prometer o pagamento de R$ 1 milhão para o presidente do DEM.
O repasse ilegal de propina para o senador também foi confirmado em depoimento dado ao MP pelo empreiteiro José Gilmar de Carvalho Lopes, conhecido como Gilmar Montana, em alusão ao nome de sua construtora. Segundo ele, que foi preso em 2011, o repasse milionário de Olímpio para Agripino era “fruto do desvio de recursos públicos” do Detran/RN.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Fantástico e Carta Capital


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